segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ao Amor Antigo

                              Carlos Drummond de Andrade



O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.



3 comentários:

  1. Lindo! Lindo! Lindo!

    Linda e amorosa semana pra vc :)

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  2. Uma maravilhosa semana pra vc também, Tina. ♥

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  3. Oi! Prezada Tamires.

    A prova disso está em certos casais de velhinhos quais passam por nós, deixando-nos espantados, e daí caminham eles de mãos dadas e se sentam num banco de uma praça e conversam sorridentes, e não se sabe as trocas de palavras acompanhadas do brilho de casais ainda por tanto tempo apaixonados.

    Um forte abraço, cheio de Paz e Luz.

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