terça-feira, 15 de maio de 2012

O CARNEIRO REVOLTADO

 
 Neio Lúcio

Certo carneiro muito inteligente, mas indisciplinado, reparou os benefícios que a lã espalhava em toda parte, e, desde então, julgou-se melhor que os outros seres da Criação, passando a revoltar-se contra a tosquia.
– Se era tão precioso – pensava –, porque aceitar a humilhação daquela tesoura enorme?

Experimentava intenso frio, de tempos a tempos, e, despreocupado das ricas rações que recebia no redil, detinha-se apenas no exame dos prejuízos que supunha sofrer.

Muito amargurado, dirigiu-se ao Criador.
– Meu Pai, não estou satisfeito com a minha pelagem. A tosquia é um tormento... Modifica-me, Senhor!...

O Todo-Poderoso indagou, com bondade:
– Que desejas que eu faça?

Vaidosamente, o carneiro respondeu:
– Quero que a minha lã seja toda de ouro.

A rogativa foi satisfeita. O carneiro tornou-se de ouro.

Assim que o orgulhoso ovino se mostrou cheio de pêlos preciosos, várias pessoas ambiciosas atacaram-no sem piedade. Arrancaram-lhe, violentamente, todos os fios, deixando-o em chagas.

O infeliz, a lastimar-se, correu para o Altíssimo e implorou:
– Meu Pai, muda-me novamente! Não posso exibir lã dourada, encontraria sempre salteadores sem compaixão.

O Sábio dos Sábios perguntou:
– Que queres que eu faça?

O carneiro, com mania de grandeza, suplicou:
– Quero que a minha lã seja lavrada em porcelana primorosa.

E o carneiro teve sua lã transformada em porcelana.

Logo que tornou ao vale, apareceu no céu enorme ventania, que lhe quebrou todos os fios, dilacerando-lhe a carne.

Aflito, queixou-se ao Todo-Misericordioso:
– Pai, renova-me!... A porcelana não resiste ao vento... estou exausto...

Disse-lhe o Senhor:
– Que desejas que eu faça?

O carneiro nem pensou e foi dizendo:
– Para não provocar os ladrões e nem me ferir com porcelana quebrada, quero que a minha lã seja feita de mel.

O Criador satisfez o pedido. A lã do carneiro tornou-se do mais puro mel.
Mas, logo que o pobre se achou no redil, bandos de moscas asquerosas cobriram-no em cheio e, por mais corresse campo afora, não evitou que elas lhe sugassem os fios adocicados.

O mísero voltou ao Altíssimo e implorou:
– Pai, modifica-me... as moscas deixaram-me em sangue!

O Senhor indagou, de novo.
– Que queres que eu faça?

Dessa vez, o carneiro pensou mais tempo e considerou:
-Eu seria mais feliz se tivesse minha lã semelhante às folhas de alface.

Atendido, voltou à planície, na caprichosa alegria de parecer diferente dos demais.

Quando alguns cavalos lhe puseram os olhos no carneiro,ele não conseguiu melhor sorte que das outras vezes. Os eqüinos prenderam-no com os dentes e, depois de lhe comerem a lã, abocanharam-lhe o corpo.

O carneiro correu na direção do Juiz Supremo, gotejando sangue das chagas profundas, e, em lágrimas, gemia:
– Meu Pai, não suporto mais!...

O Todo-Compassivo, vendo que ele se arrependera com sinceridade, observou:
– Reanima-te, meu filho! Que pedes agora?

O infeliz replicou, em pranto:
– Pai, quero voltar a ser um carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre meus irmãos.

E terminou: Quero ser simples e útil, qual o Senhor me fez!...
- Hoje sei que meus tosquiadores são meus amigos. Nunca me deixaram ferido e sempre me deram de beber e de comer.

O Pai sorriu, bondoso, abençoou-o com ternura e falou:
– Volta e sega seu caminho em paz. Você compreendeu enfim, que meus desígnios são justos.

Cada criatura está colocada, por minha Lei, no lugar que lhe compete e, se pretendes receber, aprende a dar.

Então o carneiro, envergonhado, mas satisfeito, voltou para o vale, misturou-se com os outros e daí por diante foi muito feliz.

 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Perdoa-me amor

 Bela
 
 
 
 
Perdoa-me amor
Pelo que sou ... e o que não sou
Pelo que disse ... e o que não disse
Pelo que fiz ... e o que não fiz
Sou um ser imperfeito
Tambem tenho os meus defeitos
Mas só contigo serei feliz
Por isso ... perdoa-me amor ....

Retirado do blogAmores da minha vida                 

terça-feira, 13 de março de 2012

Dois monges



Dois monges em peregrinação iam passando por um rio. Lá avistaram uma menina vestida com toda a elegância, obviamente sem saber o que fazer, já queo rio estava alto e ela não queria estragar suas roupas.
Sem mais cerimônias, um dos monges levou-a nas costas, atravessou-a e depositou-a em solo seco do outro lado.
Então os monges continuaram seu caminho. Porém o outro monge, depois de uma hora, começou a reclamar:
— "Com certeza não é certo tocar uma mulher; é contra os mandamentos ter contato íntimo com mulheres. Como você pode ir contra a lei dos monges?
O monge que carregara a menina seguia em frente em silêncio, mas finalmente observou:
— "Eu a deixei no rio há uma hora. Por que você ainda a está carregando?"

segunda-feira, 5 de março de 2012

Seja aonde for . IV Concurso de composição Leoni

Essa é minha letra para o concurso de composição do leoni...
Espero que gostem!


Letra:Tamires Ferreira
Melodia: Leoni
Intérprete: Paulo Estevão

Seja aonde for

Não quero mais pensar em nada,
Nem nos momentos que deixei pra trás.
Parques e flores, álbuns e estradas,
Lembranças tolas e sem dó.

Não vou viver num mundo estranho
Sem um abraço para me achar.
Pintando cores em outras moradas
Busco um caminho novo só

Pra pensar sem te querer,
Sem vontade de te ter.
Pra sentir sem ter saudade
Desse vício que é você.

Vou em outra direção
Pra esquecer o que passou
Porque eu sei que não tem volta
Agora a porta se fechou.

E eu vou viver
seja aonde for.

Não quero mais pensar em nada,
Nem nos momentos que deixei pra trás.
Pintando cores em outras moradas
Busco um caminho novo só

Pra pensar sem te querer,
Sem vontade de te ter.
Pra sentir sem ter saudade
Desse vício que é você.

Vou em outra direção
Pra esquecer o que passou
Porque eu sei que não tem volta
Agora a porta se fechou.

E eu vou viver
seja aonde for.



sábado, 3 de março de 2012

O dever esquecido

        Certo rei, muito poderoso, sendo obrigado a se ausentar do reino por muito tempo e desejando por a prova a capacidade do príncipe, seu filho, tomou de grande fortuna e entregou-lhe dizendo:
        -”Quero que empregue toda esta fortuna na construção de uma casa, tão rica, luxuosa, confortável e bela quanto for possível!”
           Aconteceu, porém, que o jovem, muito egoísta, arquitetou o plano de enganar ao próprio pai de modo a gozar todos os prazeres imediatos da vida e passou a comprar materiais inferiores. Onde lhe cabia empregar metais raros, utilizava latão; nos lugares em que devia colocar mármore precioso, punha madeira barata e nos setores de serviço em que a obra reclamava pedra sólida, aplicava terra batida.
   Com isso, obteve largas somas, que consumiu, desordenadamente, em companhia de outros jovens tão desmiolados e irresponsáveis como ele mesmo.
       Quando o rei regressou, encontrou o príncipe abatido e cansado a apresentar-lhe uma cabana tosca e esburacada, ao invés de uma casa nobre. Surpreso e triste, porém sem perder a calma, o rei entregou a chave da cabana e disse:
          -”Meu filho, a casa que mandei edificar é para você mesmo... não me parece a residência sonhada por seu pai, mas devo estar satisfeito com a que você próprio escolheu...”

sexta-feira, 2 de março de 2012

Instante

Jaci Rocha
Há um amor
em um milhão de vidas
pedindo pra não ir embora
E o instante...um tormento!
lantente a ser vivido 
- e agora?
...
Há um pedido mudo
clamando pra não ser perdido
E uma torre de areia
ruindo ao sabor de águas salgadas...
Ou é tudo.
    - Ou é nada!!!
Retirado do blog ... a lua não dorme...

quinta-feira, 1 de março de 2012

VI

Chico Xavier



"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo.
Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Estrelinha que reluz

Bia Bedran





Estrelinha que reluz
A primeira que hoje vejo
Com teu brilho e tua luz
Realize o meu desejo


E depois do seu pedido
Não descanse pra esperar
Para que ele se realize
Você tem que trabalhar


Mas agora, a noite escura
É um manto a lhe cobrir
Se aconchegue bem pertinho,
Para eu fazer você dormir

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A flor da honestidade

 
  Conta-se que por volta do ano 250 A.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.
Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de ser sua esposa. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.
  Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa contou à jovem e desesperou-se ao ver que ela pretendia ir à celebração, indagando preocupada:
_ Minha filha, o que você fará lá ? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne esse sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
_ Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e isto já me torna feliz.
Na hora marcada, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções.
Em determinado momento, o príncipe anunciou o desafio:
_ Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
  A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo.
  O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Mas passaram-se três meses e nada surgiu.
A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido, Dia após dia. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado.
  Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, no prazo combinado, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
  Na data e hora marcada, lá se apresentou, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas cores e formas. A jovem ficou admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
  Finalmente, chegou o momento esperado e o príncipe passou a observar a flor trazida por cada uma das pretendentes, com muito cuidado e atenção. Após analisar todas elas, ele anunciou um resultado surpreendente, indicando a bela mas humilde jovem, do vaso vazio, como sua futura esposa.
  O público presente, perplexo, quis saber o motivo, afinal, o desafio previa que se casaria com a moça que lhe trouxesse a mais bela flor e ele escolhera, justamente, a que não cultivara flor alguma.

Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
_ Esta jovem foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: A Flor da Honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
A Honestidade é como uma flor, tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor. Independente de tudo e de todas as situações que nos rodeiam, que possamos espalhar essa luz àqueles que nos cercam..

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

V

Charles Chaplin



Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Roteiro novo

Camila Karina


Cedo ou tarde
a tempestade 
um dia cessa
e encontramos
o ninho
um caminho
o novo roteiro
de nossa própria
peça

Retirado do blog Paralelos do cotidiano
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